segunda-feira, 25 de maio de 1992

O Pagador de Promessas



Há 30 anos atrás, nesta data, o Brasil vencia a sua primeira (e até hoje, única!!!) "Palma de Ouro" do prestigiado Festival de Cannes!!

E, o filme que nos trouxe essa honra, foi...




Isabela Flórido do site AVENTURAS NA HISTÓRIA, escreveu a respeito (e, pela qualidade da narração, tomamos a liberdade de trazer para cá o texto integral, evidentemente citando e linkando a fonte original):
Ao contar a história de Zé do Burro (Leonardo Villar), agricultor que vai do interior baiano a uma igreja em Salvador para cumprir uma promessa feita num terreiro de candomblé, o diretor, roteirista e produtor Anselmo Duarte conseguiu um feito até hoje inédito na América Latina: ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes. 
O ano era 1962, e o cinema brasileiro não tinha a menor projeção no exterior. Tanto que nem havia uma bandeira do Brasil hasteada ao lado das bandeiras dos países que participavam da competição, realizada no francês Palais du Festival. Mas O Pagador de Promessas, uma adaptação da peça homônima de Dias Gomes, papou o prêmio máximo, além de receber uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1963. A obra mostra a obstinação de um homem simples e faz referência à intolerância da Igreja Católica diante do sincretismo religioso brasileiro. 
A Palma de Ouro conquistada com ele continua até hoje com o diretor. Anselmo guarda a relíquia, toda de ouro, na caixa original, em sua casa, em São Paulo. “A Palma de OuroAnselmo Duarte já exprimiu seu desejo de doar a famosa estatueta, além dos outros prêmios conquistados com O Pagador de Promessas e todo seu material iconográfico, para a Cinemateca Brasileira, na capital paulista. “Aguardamos um retorno da instituição sobre como tudo será mantido, protegido e disposto para o público, para efetivarmos a doação”, diz Ricardo Duarte, filho do cineasta, que também é o curador de um projeto ainda mais amplo envolvendo o trabalho de seu pai. “Em parceria com a Brasileira Filmes, trabalhamos não só na recuperação física de todo o acervo, mas montando uma exposição interativa e itinerante, que queremos levar para todo o país. Também haverá a publicação de um livro e a produção de um documentário sobre a trajetória de O Pagador de Promessas, com o título Palmas, a Palma é do Brasil”. representou a afirmação do cinema brasileiro numa época em que nem mesmo nós, brasileiros, acreditávamos no nosso potencial criativo”, afirma."


Esse prêmio realmente emocionou o Brasil e, temos certeza, trouxe muita gente para a capoeira, pois, muito embora a nossa arte não fosse a temática principal, ela, e os capoeiristas tem uma participação muito importante em todo o desenvolvimento da trama.


Interessante reparar (não iremos citar, deixando a experiência para o leitor) no grande simbolismo refletido na postura dos capoeiristas durante todo o filme que traz dentre as várias leituras possíveis, uma em especial, bastante politizada...



A seguir, fiquem com alguns dados técnicos sobre o nosso grande Campeão e, com um video (colocado na Web, pelo grande Capoeirista e historiador Teimosia) que mostra um dos trechos do filme em que se pode ver a capoeira em ação...

Espero que gostem e aproveitem!!

Alias, tendo oportunidade, vejam e (ou) revejam esse grande filme!!


  • Direção: Anselmo Duarte
  • Roteiros: Anselmo Duarte
  • Escritor: Dias Gomes
  • Sinopse (retirada da Wikipédia onde se pode ver algumas curiosidades a respeito do filme e, outros, prêmios/indicações que recebeu ao longo dos anos) :
"Zé do Burro é um homem humilde que enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de candomblé de carregar uma pesada cruz por um longo percurso.

Zé do Burro é o dono de um pequeno pedaço de terra no Nordeste do Brasil. Seu melhor amigo é um burro. Quando este adoece, Zé faz uma promessa à uma mãe-de-santo do Candomblé: se seu burro se recuperar, irá doar sua terra aos pobres e carregará uma cruz desde sua terra até a Igreja de Santa Bárbara em Salvador, onde a oferecerá ao padre local. Assim que seu burro se recupera, Zé dá início à sua jornada.

O filme se inicia com Zé, seguido fielmente pela esposa Rosa, chegando à catedral de madrugada. O padre local recusa a cruz de Zé após ouvir dele a razão pela qual a carregou e as circunstâncias "pagãs" em que a promessa foi feita. Todos em Salvador tentam se aproveitar do inocente e ingênuo Zé. Os praticantes de Candomblé querem usá-lo como líder contra a discriminação[1] que sofrem da Igreja Católica, os jornais sensacionalistas transformam sua promessa de dar a terra aos pobres em grito pela reforma agrária. A polícia é chamada para prevenir a entrada de Zé na Igreja, e ele acaba assassinado em um confronto violento entre policiais e manifestantes a seu favor. Na última cena do filme, os manifestantes colocam o corpo morto de Zé em cima da cruz e entram à força na Catedral."
  • Elenco:
- Leonardo Villar .... Zé do Burro
- Glória Menezes .... Rosa
- Dionísio Azevedo .... padre Olavo
- Norma Bengell .... Marli
- Geraldo Del Rey .... Bonitão
- Roberto Ferreira .... Dedé
- Othon Bastos.... repórter
- Maria Conceição .... tia
- João Desordi .... detetive
- Antônio Pitanga .... Coca
- Um dos capoeirisas: Mestre Canjiquinha

(dentre muitos outros)





Até a Próxima!!





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